quinta-feira, 24 de setembro de 2009

História da Associação REDE RUA

Há anos o Brasil vive momentos de grandes dificuldades econômicas e sociais. Os problemas se concentram nos centros das grandes metrópoles. A cada dia a situação dos empobrecidos se agrava. Milhares de pessoas se aglomeram nas ruas da cidade na expectativa de se alimentarem das sobras do luxo da sociedade. Terminam por sobreviver dos restos da feira, dos mercados, do lixo ou da generosidade das pessoas. Para outros é tamanho o desespero que buscam na violência a alternativa para a sobrevivência.
Milhões de pessoas encontram-se desempregadas, vítimas da situação sócio-político-econômica. Sobrevivem de “bicos”, catar papel, guardar carros, segurar placas, descarregar caminhões ou pedir. Famílias inteiras encontram-se jogadas nas ruas, sob os viadutos e marquises. Uma situação inaceitável para o atual estágio de progresso em que se encontra o país.
Há vários anos diversos pastorais e movimentos desempenham trabalhos junto a esses excluídos. Deste apelo surgiu em 1989, de um grupo de leigos e religiosos, o CDCM (Centro de Documentação e Comunicação dos Marginalizados), uma proposta de comunicação a partir dos excluídos. A proposta do CDCM nasceu atrelada á promoção humana, através da criação de uma Casa de Convivência, em convênio com o Centro Social do Parque Fernanda. O convênio deu origem uma parceria com a PMSP, que possibilitou a abertura e funcionamento da Casa de Convivência do Pedroso, que foi implantada pelo Centro Social do Pq. Fernanda no ano de 1990 e posteriormente transferida para o Brás, na Av. Alcântara Machado, onde esteve sob responsabilidade da entidade até 1995. Os trabalhos da entidade deram origem a diversos projetos com a população de rua, tais como: Cascudas Restaurante (restaurante comunitário, em forma de cooperativa, administrado pela população de rua), Fraternidade Povo da Rua, de atendimento a portadores de Aids em situação de rua, Cais do Bom Jesus, de atendimento a moradores de rua, no Brás. Da experiência adquirida no CDCM, sentiu-se a necessidade de consolidar e reestruturar o projeto, tendo em vista seu potencial de resposta. Com esse novo passo, em 1994 o projeto passou a denominar-se Rede Rua.
Em 1998 a Rede Rua passa novamente por uma reformulação de suas propostas. Atender não somente às necessidades de comunicação, mas também forjar o papel de articuladora entre os diversos trabalhos e estabelecer parcerias com outros projetos, com a finalidade de educar para a cidadania e promover o resgate da cultura dos moradores de rua. Animar e organizar grupos com identidade e objetivos próprios que vão forjando uma sociedade onde os excluídos mostrem que sabem se organizar, resistir, cantar, dançar, contar e fazer a história. Uma rede que facilite o protagonismo e a cidadania aos excluídos.
Ao longo dos últimos 11 anos a Rede Rua tem desenvolvido atividades junto à população de rua e na grande São Paulo. Depois de desmembramento da Fraternidade Povo da Rua, surge como entidade civil, a Associação Rede Rua, que dá continuidade aos trabalhos desenvolvidos anteriormente. A idéia de rede evoca ao trabalho de pequenos grupos, interligados de uma maneira ou outra na busca de uma sociedade diferente. Espaço de promoção humana, comunicação, educação popular e articulação que possibilite integração com as pessoas de rua e ligação com outros movimentos e entidades afins
Em 1998 ajudou-se na concepção e gerenciamento do Programa de Atenção à População de Rua em Santo André que conta com uma casa de Convivência (Casa Amarela), um albergue e duas casas moradia.
Atualmente a Rede Rua coordena o projeto "Refeitório Comunitário", Albertue Pousada da Esperança (porta de entrada), Centro de Acolheida “Santo Dias da Silva”, Novo Hotel Pousada (hotel social), conveniados com a prefeitura Municipal, na região central e sul da cidade de São Paulo. Nos últimos anos a Rede Rua conseguiu adquirir uma infra-estrutura e aprimorar seus serviços. Conta com duas casas na rua Sampaio Moreira 110 - casas 9 e 12, uma ilha de edição, uma videoteca comunitária e diversos instrumentos comunicacionais como computadores, câmeras, maquinas fotográficas. Além de convênios com a PMSP a entidade capta recursos através de doações, eventos e atividades comunitárias.

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